Os antibióticos são muito importantes para diversos tipos de doenças infecciosas, sua primeira versão veio através de estudos do cientista inglês Alexander Fleming em 1928, quando foi notado que, em dos seus meios de cultura de bactérias havia um fungo, e em sua proximidade não se encontrava mais as bactérias, sendo assim considerou-se que esse fungo secretava uma substancia capaz de matar as bactérias presentes naquele meio de cultura, essa substancia foi nomeada como Penicilina e trouxe diversos avanços para a medicina na época e angariou mais trabalhos para o desenvolvimento de novos antibióticos afim de prover melhorias na saúde.
Dessa maneira, através de quase 90 anos de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos dessa classe, houve um aumento expressivo no uso dessas drogas para os mais diversos tipos de doenças relacionadas à ação bacteriana, o que através dos anos conferiu um problema que está presente em diversos centros médicos, que são as bactérias resistentes a esses medicamentos.
No que tange a evolução desses organismos, através do uso desnecessário e irracional desses medicamentos, ocorreu a seleção de bactérias que não sofrem alterações com drogas, fazendo com que um indivíduo tenha que fazer o uso de antibióticos mais potentes e com maiores doses, o que trará a eficácia naquele momento, porém cria uma janela de outras mutações e também de oportunidade desses organismos serem selecionados ocasionando em bactérias mais resistentes ou em superbactérias.
KPC, a primeira superbactéria identificada
No ano 2000 nos Estados Unidos, foi identificado a primeira superbactéria, chamada de KPC, sua origem veio através de diversas mutações genéticas conferidas devido a resistência de algumas classes de antibióticos e até outros organismos que não a afeta mais. Isto é um problema que hoje se relaciona ao meio hospitalar, principalmente porque se tem um alto uso de antibióticos e também pelos pacientes estarem expostos a diversos agentes patológicos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2001 criou um plano estratégico para tentar frear a evolução da resistência bacteriana através do chamado de Estratégia Global para Contenção da Resistência Microbiana, esse plano foi fornecido para diversas instituições de saúde pelo mundo com estratégias para tentar diminuir esse problema. Já no Brasil, a Agência Nacional da Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou um documento oficial nomeado Plano Nacional para Prevenção e Controle da Resistência Microbiana nos Serviços de Saúde em maio de 2017, que abordava também maneiras para inibir os fatores que estariam levando a esse agravo a saúde publica.
Diversos fatores são atribuídos para o avanço da resistência microbiana, um dos principais é o uso irracional dos medicamentos, muitas vezes de alguns antibióticos potentes que não se fazem necessários em certas doenças, porém médicos ainda os prescrevem, ou até mesmo o paciente se automedica por já ter utilizado ele anteriormente. Confere que nesses casos o paciente deveria ter tido uma abordagem melhor em relação ao conhecimento daquele medicamento, o que é papel tanto do médico quanto do farmacêutico através da Atenção Farmacêutica.
Ainda assim, mesmo com toda abordagem sobre esse problema durante a graduação desses profissionais, segundo um relatório da OMS no final do ano de 2018, mais de 23% das prescrições de antibióticos são desnecessárias. A resistência bacteriana não é um problema recente e as medidas tomadas para reduzir isso também não. Em 2011 no Brasil a venda desses medicamentos passou a ser somente com prescrições, o que foi observado pelo relatório anteriormente que não trouxe tanta eficiência para diminuir esse uso descontrolado.
Outra maneira também utilizada são as instituições de saúde que divulgam maiores informações sobre isso, essa propaganda é feita em diversos canais de comunicação como em redes sociais e materiais científicos, porém sua influencia ainda é baixa em relação as mais diversas camadas da sociedade que esse problema atinge.
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