A fabricação de produtos à base de matérias-primas vegetais requer muito cuidado a fim de manter a qualidade do produto e a segurança do consumidor, sendo por vezes necessário análise microbiológica para identificar possíveis contaminações por microrganismos, ou até mesmo testes sensoriais, para que o produtor reveja sua formulação e se adeque as possíveis demandas do seu público.
Outro aspecto que deve ser levado em consideração é a padronização da matéria-prima vegetal e dos produtos que são originados a partir dela. A padronização permite a manutenção da qualidade do produto em diversos lotes, além de possibilitar o aperfeiçoamento da produção como um todo. Cabe ressaltar que os componentes químicos de um vegetal sofrem influência de inúmeros fatores, como clima – que varia com as estações do ano-, condição de cultivo, tempo de colheita, secagem, armazenamento, procedimento de extração e adulterações acidentais ou não e que podem levar a uma ampla variabilidade destes componentes. Sendo assim, é imperativo que o produtor mantenha um padrão em todas as etapas de cultivo e processamento da matéria-prima vegetal.
Abaixo seguem algumas dicas sobre padronização que visam a manutenção da qualidade do seu produto bem como a sua segurança.
A escolha do método de processamento
Existem muitos métodos que são utilizados no processamento da matéria-prima vegetal, dentre eles podemos citar:
Físico ou mecânico;
Um exemplo desse método é a extração por prensagem, a qual é comumente utilizada na extração de óleos vegetais em pequenas escalas. É empregada principalmente em matérias-primas vegetais que tenham baixo teor de umidade e a presença de material fibroso, como é o caso do rícino, amêndoas e castanha-do-pará. O óleo obtido nesse processo é bruto e pode apresentar alguns sedimentos. Este método causa baixo impacto ambiental, uma vez que não utiliza e nem gera produtos e resíduos tóxicos.
Biológico;
A extração enzimática é um exemplo de processamento biológico da matéria-prima vegetal, em que basicamente utiliza-se uma enzima para romper a parede celular liberando, por exemplo, o óleo essencial. Posteriormente, são necessários outros métodos para o isolamento do composto de interesse.
Além dos métodos elucidados acima, podem ser empregadas as técnicas de defumação, precipitação, filtração, entre alguns outros. A escolha por um método ou outro deve ser feita observando àquele que limita a quantidade de aditivos e ingredientes auxiliares, de modo que os componentes químicos da matéria prima vegetal sejam preservados.
Armazenamento
O armazenamento da matéria-prima vegetal é de suma importância para a preservação dos componentes químicos de interesse, bem como da qualidade e segurança do produto final. Existem regras para que haja bom armazenamento, as quais se destacam:
Local deve ser escuro, sem umidade e limpo;
As plantas não devem ficar sobre o chão, sendo indicado que fique sobre estrato;
O armazenamento de plantas aromáticas em embalagens herméticas é essencial para evitar contaminação cruzada;
A embalagem deve fornecer informações, sobre o conteúdo, data da colheita, tipo de secagem, peso, etc;
Limpeza e inspeções periódicas devem ser realizadas para evitar infestação por insetos ou pequenos animais.
Seguindo essas regras, evitam-se contaminações que podem levar a perda da qualidade da matéria-prima vegetal ou até mesmo pôr em risco a saúde do consumidor. Caso existam alterações dos insumos vegetais, é indicada a investigação da possível fonte de contaminação, que pode ser feita por meio de análises microbiológicas e análise de processos.
Procedimentos Operacionais Padrão
Por fim, devem ser confeccionados POP’s (procedimentos operacionais padrão), que contenham instruções referentes a cada etapa do processamento da matéria prima vegetal até a fabricação do produto final, auxiliando na padronização do processo como um todo.
As matérias-primas vegetais têm se mostrado como um campo muito amplo para a fabricação de produtos naturais, principalmente cosméticos, os quais são uma demanda alta do mercado consumidor. O uso desse tipo de matéria-prima requer cuidados e seu processamento pode ser facilitado por meio da padronização tanto do insumo vegetal em si – o que garante a homogeneidade dos compostos químicos- quanto do seu processamento levando ao produto final de qualidade.
Gostou de saber sobre a padronização de matéria prima vegetal? Leia também sobre cosmético naturais.
Comments