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  • Eduardo Bambirra

Vacinação: entenda o desenvolvimento e a importância das vacinas

Atualizado: 6 de abr. de 2021

Você sabia que o Brasil é referência mundial em vacinação, e exporta esses imunobiológicos para mais de 70 países? Na crise de saúde que enfrentamos, é mais importante do que nunca entender as ferramentas de combate às doenças. Descubra abaixo um pouco mais sobre as vacinas e seu enorme poder na prevenção de enfermidades.


Um breve histórico

A história da vacina começa em 1798, quando o inglês Edward Jenner percebeu que as pessoas em contato com bovinos tinham formas mais leves da varíola. O cientista conseguiu imunizar uma criança contra a doença usando a secreção das vacas com varíola. É daí que surge o termo “vacina”, que em latim significa “de vaca”.

No Brasil, os surtos dessa mesma doença em 1904 levaram o governo do Rio de Janeiro a implementar a Lei da Vacina Obrigatória. A medida partiu do sanitarista Oswaldo Cruz, que mais tarde deu nome ao principal instituto brasileiro de pesquisa, a Fiocruz.A população, entretanto, não entendia como funcionava a imunização, e rapidamente se espalharam boatos assustadores sobre a vacina. O resultado foi a famosa Revolta da Vacina, um motim que levou à morte de dezenas de pessoas. Foi um primeiro passo para entendermos a importância da educação em saúde.


(Foto: Fiocruz/Divulgação)

Como a vacina funciona?

O nosso sistema imune consegue se defender melhor quando já conhece o que está combatendo. Tendo essa ideia em mente, é fácil entender as vacinas: elas apresentam o patógeno (causador da doença) ao nosso corpo. Com isso, células chamadas de plasmócitos produzem anticorpos contra aquele organismo. Anticorpos permitem uma reação mais rápida e eficiente em caso de uma reexposição, o que chamamos de memória imunológica.

Do desenvolvimento à fabricação

  1. Tudo começa com a pesquisa. Os cientistas precisam compreender os mecanismos da doença e sua imunidade em humanos.

  2. Depois, a vacina começa a ser desenvolvida. Ela pode ser produzida usando o microrganismo inativado ou enfraquecido (vacinas de primeira geração), ou apenas macromoléculas específicas daquele patógeno (segunda geração). Cada estratégia tem seus prós e contras.

  3. O terceiro passo são os experimentos, fundamentais para que aquela vacina seja aprovada pelos órgãos regulatórios. São conduzidos testes rigorosos, primeiramente em animais e depois em humanos, chamados de testes pré-clínicos e clínicos.

  4. Se for eficaz e segura, a vacina recebe aprovação da ANVISA, e segue para a fabricação. A produção de cada dose é complexa e pode levar mais de um ano, como é o caso da vacina da gripe.

Protagonismo brasileiro

O Brasil fez importantes avanços desde a Revolta da Vacina. Veja alguns deles:

  • 1977: definidas as vacinas obrigatórias para bebês e a Caderneta de Vacinação para todo o país.

  • A Fiocruz protagonizou importantes descobertas na área, como o deciframento do genoma da BCG, bactéria usada na vacina da tuberculose.

  • O Instituto Butantan conta com pesquisas promissoras em novas vacinas. Uma delas, resultado de parceria com os Estados Unidos, promete prevenir a dengue.

  • O Brasil produz cerca de 75% de todas as vacinas distribuídas pelo SUS, e é destaque mundial na vacinação gratuita.

  • Com as campanhas populares, doenças como a varíola, sarampo e poliomielite chegaram a ser eliminadas do país.



As circunstâncias atuais

O Brasil chegou a erradicar o vírus do sarampo, sendo reconhecido internacionalmente pelo feito em 2016. Contudo, em 2018, foram contabilizados mais de 10 mil novos casos da doença. Um dos fatores seria uma fake news dos anos 90, reproduzida até hoje. O mito surgiu quando a The Lancet publicou um estudo repleto de erros metodológicos que associava uma vacina ao autismo. Mais tarde, o estudo foi refutado e seu autor foi proibido de exercer a medicina.

Com todos esses dados, sabemos que a vacinação é validada, rigorosamente testada e aceita pela comunidade científica do mundo inteiro. Quando a cobertura vacinal é alta, a doença não consegue transitar. Dessa forma, até mesmo pessoas imunocomprometidas (que não podem se vacinar) e crianças abaixo da fase de vacinação ficam protegidas. Por isso, as vacinas são parte fundamental da saúde pública, consideradas um direito coletivo.


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